Jorge Luiz da Silva Alves

 

 

 

Jorge Luiz da Silva Alves,
16 Jul 1961, Rio de Janeiro, RJ

Militar da reserva da FAB, escritor, publica seus
textos no site Recanto das Letras, Escritartes, Poetas del Mundo,
Para Ler e Pensar e Overmundo; tem hospedagem privativa
no site “Sina de Escritor”, acessível mesmo pelo Google, e tem
um blog no mesmo buscador: Gato Vadio.
Publicou em 07 Jul 2008 pelo selo da Muiraquitã Editora,
seu primeiro livro de contos, crônicas e poesias: “VIAGENS E DELÍRIOS”.
Preparando textos e fotos para publicação, até o fim deste ano,
de sua segunda obra, “SAGITÁRIO”, na mesma linha do primeiro.
Tomará posse de uma das cadeiras da Academia de Letras do Brasil
em 20 Ago 2010, no Rio de Janeiro – indicação do Prof. Nelson Maia Schocair,
Ph.D em Letras, da mesma Academia.

Contatos: sgtbilko_16@yahoo.com.br ou talassocrata@hotmail.com



 

Cama
Jorge Luiz da Silva Alves


Aquela cama
ainda escuta a plangência
do seu apelo por vida;
o tanto que, para trás, deixastes
em torturas e mesmices,
quilômetros a fio de solidão
em leitos mortos.

Aquela cama
geme cada vez que, à noite,
nu em pêlo, negro e rijo,
lembro-me da firmeza com que te conduzi
- pele branca, sardônica princesa -
ao tépido mundo dos sonhos
onde você, girassol,
recebias de regalo
o meu regar salvador.

Aquela cama conta-me histórias
de tua vida cigana;
de quando, um dia, profana,
enveredastes por garupa de motos,
sob corpos indignos de ti;
indignada, tu te abres para mim
como que purificando-se
das escolhas erradas.

Aquela cama treme
quando te enfeixo entre braços,
vasculho teu íntimo, colado
na tua pélvis umedecida
a implorar por caudaloso maná
que, fertilizando tuas estepes,
faz-te florir sobre o colchão
devidamente batizado
pela essência transbordante
do teu dourado jardim.

Aquela cama
permanecerá intacta
(prometo-te !)
até o dia de tua volta
ao nosso ninho de luxúria e amor.

Tranco a porta, desço a escada;
e, lá dentro, refém do desejo,
escravo de corações recém-descobertos,
o tempo, quieto, fica.





Biblioteconomista
Jorge Luiz da Silva Alves


Biblioteconomista.
Em tomos diversos,
todos eles dispersos
em arquivos de mil seduções,
percebo e espero
em escaninhos secretos,
apodíticas paixões:
Claro!, vejo o olhar
em evidente controlar
da inefável carência;
bem melhor pesquisar,
pois o catálogo revelará,
no coração, inadimplência.
Biblioteconomista:
envolveram-te em conto erótico,
novelinhas "Ma non Troppo",
castraram-te o romance;
e, num dramalhão psicótico,
vil personagem beócio
em vilipêndio, fez-te exangue.
Biblioteconomista,
não possuo vocação p'rá Quixote,
"não consigo - nem por morte!",
mas entendo seu sofrer.
Compartilho da tua sorte,
dou-te afago, amparo - seja forte;
o sol não cansa de nascer.


CLÍMAX
Jorge Luiz da Silva Alves


“A jovem senta para não desmaiar
com a confissão estarrecedora:
'Então é verdade, tivestes a pachorra
em, todo esse tempo, me enganar?'

Morte na alma, a mãe confirma
seu tórrido caso com aquele rapaz:
'Condena-me, filha, pois não fui capaz
de conter meu ardor, fulgor que alucina'.

Futuro noivado fôra estraçalhado
pela ré confessa; a seqüestrante
do noivo da filha - reles pau-mandado...”

...eis porém que, naquele instante,
a luz acaba no momento exato
em que a telenovela estava interessante...!

 

http://www.jorgeluiz.prosaeverso.net/

https://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=5908

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